Helenismo, Benefício Macedônico
Deixado aos Cristãos
É fundamental para compreensão do Cristianismo e sua divulgação o retrocesso na historia até o III século a.C. no advento das conquistas de Alexandre Magno da Macedônia. O ponto basilar por assim dizer é, sobretudo a instauração da língua e da cultura grega nos mais diversos territórios conquistados por ele.
Segundo Guida Nedda B.P. Horta (1998, p.88) “... em conseqüência da expansão colonizadora e imperialista de Alexandre Magno, o ático veio a ser o idioma comum de comunicação internacional entre todos os povos conquistados”, a paixão que o rei tinha com a cultura grega segundo Carl Grimberg (1989, p.20) foi desencadeada pelo seu tutor que lhe deu a conhecer a poesia, a arte... dos helenos, como o próprio autor nos diz “ Filipe mandou ministrar ao seu herdeiro a melhor educação possível nesse tempo. Para iniciar o jovem na cultura helênica escolheu Aristóteles”, Filipe era o pai de Alexandre e, morreu quando este tinha ainda 20 anos de idade e, teve de demonstrar que era forte continuando o projeto do pai de fazer uma campanha contra o império persa. Por causa desta campanha ele conquistou inúmeras regiões, assim como nelas fundou varias cidades: grandes centros culturais onde era difundida a cultura helênica.
Para Guida (1998) a língua grega atingiu os grandes centros urbanos helenizados, ao passo que os idiomas locais só sobreviveram nas regiões interioranas aonde não chegara à civilização trazida por Alexandre. O grego nesse processo de transmissão entre as mais diversas culturas sofreu certa popularização e foi enriquecido pelas expressões da linguagem própria das diferentes culturas do império. O meio mais expressivo de comunicação daí até os primeiros séculos da era cristã, era sem dúvida a língua grega.
No período que surge o cristianismo, na época conhecido como nazarenos ou Galileus os judeus convertidos a essa nova forma de religiosidade, viviam sob o domínio político do império romano. Mas a influência deixada pelo império macedônico ainda era forte, a ponto de o grego ser a língua falada entre os povos, mesmo sendo o latim a língua oficial do império. Este fato deve-se as campanhas de Alexandre já citadas acima e, que a influência do helenismo trouxe aos romanos também a filosofia, que mais tarde será ferramenta essencial para a divulgação do cristianismo aos pagãos.
Contudo é a língua grega tornada popular entre os povos, que é o principal aspecto a ser frisado como fundamental para a divulgação da mensagem evangélica realizada pelos seguidores de Jesus. Já deu para notar que dentro da antiguidade o grego foi a língua mais significativa e, que por volta do primeiro século depois de Cristo, o ambiente era propício para se começar a difusão da fé trazida pelos nazarenos.
Havia naquele tempo, como descreve Guida (1998, p.87) um “propalado sincretismo religioso e o ecletismo filosófico nada mais representavam senão o esvaziamento do pensamento Greco-romano, numa crise espiritual sem precedentes” isto é, havia uma pluralidade de deuses e uma grande mistura da filosofia grega principalmente de Platão e de Aristóteles com as diversas culturas, provocadas pelo helenismo.
Este ambiente provocou certa perturbação que facilitou a entrada e divulgação do cristianismo dentro do território do império romano, é claro, fazendo uso do grego.
Porém a fé cristã é derivada do judaísmo, conhecido como religião fechada, onde seus seguidores acreditam ser o povo eleito de Deus. Para eles a fé era suficiente para acreditar na existência de Deus. Mais diante da nova situação, anunciar o cristianismo requereria assimilar algumas noções filosóficas e seria impossível não ter que abrir mão de algumas coisas que inicialmente fazia parte da sua cultura judaica. Ou seja, o cristianismo que conhecemos hoje, teve no seu inicio de fazer concessões mediante a cultura vigente. Nos dispomos de algumas coisas e assimilamos outras. Mantendo, sobretudo aquilo que era essencial como o Kerigma (Primeiro anúncio dos Apóstolos).
A diversidade religiosa, como descreve Jostein Gaarder (1995, p.145-146) estava como em um “caldeirão” o que causava segundo ele “uma sensação de dúvida e de incerteza em relação àquela filosofia de vida. Que fez o final da antiguidade ser marcada por dúvidas religiosas, dissolução cultural e pessimismo”, quer dizer que a variedade de deuses, tornou fraca e vulnerável a fé daquela gente. Ao passo que o cristianismo trazia naquele momento uma proposta totalmente nova, um Deus único, que promove o amor, a redenção e remissão dos pecados, como também a igualdade entre seus membros. Isto provocou a adesão por parte de muitos a nova proposta de fé.
Recorrendo mais uma vez a Guida Horta, ela nos oferece a compreensão de que por séculos os gregos e os demais povos haviam procurado explicações satisfatórias para a realidade da existência da criação, do significado e destino do homem. Parece que essa constante busca de uma resposta juntamente com uma busca de Deus, foi realizada pelo cristianismo.
Sem o helenismo como apontamos no início do texto, seria dificultosa a propagação da fé feita pelos cristãos, sendo, portanto um benefício deixado àqueles que no começo se dedicaram a divulgar a mensagem de Jesus.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
DIÓGENES. Vol. 2, nº 2. UFRG: Belo Horizonte, 1998.
GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia: O Helenismo. 31ª Ed. São Paulo: Companhia das Letras,1995.
GRIMBERG, Carl. História Universal: Ocaso Político da Grécia. Vol.6. Chile: Editora Azul, 1989.
Deixado aos Cristãos
É fundamental para compreensão do Cristianismo e sua divulgação o retrocesso na historia até o III século a.C. no advento das conquistas de Alexandre Magno da Macedônia. O ponto basilar por assim dizer é, sobretudo a instauração da língua e da cultura grega nos mais diversos territórios conquistados por ele.
Segundo Guida Nedda B.P. Horta (1998, p.88) “... em conseqüência da expansão colonizadora e imperialista de Alexandre Magno, o ático veio a ser o idioma comum de comunicação internacional entre todos os povos conquistados”, a paixão que o rei tinha com a cultura grega segundo Carl Grimberg (1989, p.20) foi desencadeada pelo seu tutor que lhe deu a conhecer a poesia, a arte... dos helenos, como o próprio autor nos diz “ Filipe mandou ministrar ao seu herdeiro a melhor educação possível nesse tempo. Para iniciar o jovem na cultura helênica escolheu Aristóteles”, Filipe era o pai de Alexandre e, morreu quando este tinha ainda 20 anos de idade e, teve de demonstrar que era forte continuando o projeto do pai de fazer uma campanha contra o império persa. Por causa desta campanha ele conquistou inúmeras regiões, assim como nelas fundou varias cidades: grandes centros culturais onde era difundida a cultura helênica.
Para Guida (1998) a língua grega atingiu os grandes centros urbanos helenizados, ao passo que os idiomas locais só sobreviveram nas regiões interioranas aonde não chegara à civilização trazida por Alexandre. O grego nesse processo de transmissão entre as mais diversas culturas sofreu certa popularização e foi enriquecido pelas expressões da linguagem própria das diferentes culturas do império. O meio mais expressivo de comunicação daí até os primeiros séculos da era cristã, era sem dúvida a língua grega.
No período que surge o cristianismo, na época conhecido como nazarenos ou Galileus os judeus convertidos a essa nova forma de religiosidade, viviam sob o domínio político do império romano. Mas a influência deixada pelo império macedônico ainda era forte, a ponto de o grego ser a língua falada entre os povos, mesmo sendo o latim a língua oficial do império. Este fato deve-se as campanhas de Alexandre já citadas acima e, que a influência do helenismo trouxe aos romanos também a filosofia, que mais tarde será ferramenta essencial para a divulgação do cristianismo aos pagãos.
Contudo é a língua grega tornada popular entre os povos, que é o principal aspecto a ser frisado como fundamental para a divulgação da mensagem evangélica realizada pelos seguidores de Jesus. Já deu para notar que dentro da antiguidade o grego foi a língua mais significativa e, que por volta do primeiro século depois de Cristo, o ambiente era propício para se começar a difusão da fé trazida pelos nazarenos.
Havia naquele tempo, como descreve Guida (1998, p.87) um “propalado sincretismo religioso e o ecletismo filosófico nada mais representavam senão o esvaziamento do pensamento Greco-romano, numa crise espiritual sem precedentes” isto é, havia uma pluralidade de deuses e uma grande mistura da filosofia grega principalmente de Platão e de Aristóteles com as diversas culturas, provocadas pelo helenismo.
Este ambiente provocou certa perturbação que facilitou a entrada e divulgação do cristianismo dentro do território do império romano, é claro, fazendo uso do grego.
Porém a fé cristã é derivada do judaísmo, conhecido como religião fechada, onde seus seguidores acreditam ser o povo eleito de Deus. Para eles a fé era suficiente para acreditar na existência de Deus. Mais diante da nova situação, anunciar o cristianismo requereria assimilar algumas noções filosóficas e seria impossível não ter que abrir mão de algumas coisas que inicialmente fazia parte da sua cultura judaica. Ou seja, o cristianismo que conhecemos hoje, teve no seu inicio de fazer concessões mediante a cultura vigente. Nos dispomos de algumas coisas e assimilamos outras. Mantendo, sobretudo aquilo que era essencial como o Kerigma (Primeiro anúncio dos Apóstolos).
A diversidade religiosa, como descreve Jostein Gaarder (1995, p.145-146) estava como em um “caldeirão” o que causava segundo ele “uma sensação de dúvida e de incerteza em relação àquela filosofia de vida. Que fez o final da antiguidade ser marcada por dúvidas religiosas, dissolução cultural e pessimismo”, quer dizer que a variedade de deuses, tornou fraca e vulnerável a fé daquela gente. Ao passo que o cristianismo trazia naquele momento uma proposta totalmente nova, um Deus único, que promove o amor, a redenção e remissão dos pecados, como também a igualdade entre seus membros. Isto provocou a adesão por parte de muitos a nova proposta de fé.
Recorrendo mais uma vez a Guida Horta, ela nos oferece a compreensão de que por séculos os gregos e os demais povos haviam procurado explicações satisfatórias para a realidade da existência da criação, do significado e destino do homem. Parece que essa constante busca de uma resposta juntamente com uma busca de Deus, foi realizada pelo cristianismo.
Sem o helenismo como apontamos no início do texto, seria dificultosa a propagação da fé feita pelos cristãos, sendo, portanto um benefício deixado àqueles que no começo se dedicaram a divulgar a mensagem de Jesus.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
DIÓGENES. Vol. 2, nº 2. UFRG: Belo Horizonte, 1998.
GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia: O Helenismo. 31ª Ed. São Paulo: Companhia das Letras,1995.
GRIMBERG, Carl. História Universal: Ocaso Político da Grécia. Vol.6. Chile: Editora Azul, 1989.
2 comentários:
Muito legal este texto mim esclareceu muitas dúvidas.
Também sou seminarista do primeiro ano de filosofia da Arquidiocese de Salvador.
Muito bom i texto
Me ajudou bastante.
Muito obrigado.
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